Sinopse:
Por CECAC
"A revolução não será televisionada", filmado e
dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O’Briain, apresenta os
acontecimentos do golpe contra o governo do presidente Hugo Chávez, em abril de
2002, na Venezuela. Os dois cineastas estavam na Venezuela realizando, desde
setembro de 2001, um documentário sobre o presidente Hugo Chavez e o governo
bolivariano quando, surpreendidos pelos momentos de preparação e
desencadeamento do golpe, puderam registrar, inclusive no interior do Palácio
Miraflores, seus instantes decisivos, respondido e esmagado pela espetacular
reação do povo.
É apresentado o cenário em que se desencadeiam os
acontecimentos de abril de 2002. A Venezuela está entre os cinco maiores países
produtores de petróleo do mundo, sendo um dos maiores fornecedores dos Estados
Unidos. Ao assumir a presidência, em 1998, Hugo Chavez passou a defender a
distribuição dos rendimentos auferidos com o petróleo para investimentos
sociais voltados à maioria do povo e intensificou as críticas às políticas
liberais inspiradas nos EUA, o que levantou a ira das classes dominantes locais
e do imperialismo norte-americano, acostumados a governos submissos.
A partir de então, o governo de Hugo Chavez e a “revolução
bolivariana” passariam a enfrentar, diariamente, uma verdadeira cruzada na
mídia empreendida pelos cinco canais de televisão privada do país. A cruzada
foi respondida com o avanço da mobilização e a organização da grande massa de
explorados do país, abrangendo mais de 80% da população pobre. Em 1999 foi
aprovada, por meio de referendo popular, a nova Constituição da Venezuela. Ela
ampliou a participação política das massas populares através da organização
dos círculos bolivarianos pelos bairros e favelas.
Com bastante propriedade, o documentário consegue mostrar a
permanente campanha de mentiras urdida pelos meios de comunicação contra o
governo de Hugo Chavez, as relações da grande mídia com a elite econômica,
militares dissidentes e a articulação dos EUA na manipulação dos fatos.
Evidencia também a intervenção direta do imperialismo norte-americano na
organização do golpe, em sua preparação e organização na embaixada americana em
Caracas que foi, posteriormente, comprovada com documentos. Como disse o então
diretor da CIA George Tenet, em entrevista na TV Venezuelana, dias antes do golpe,
Chavez “não está preocupado com os interesses dos EUA”.
As articulações que envolveram a grande mídia na tentativa
golpista foram por ela mesma reveladas, momentos depois de empossarem Pedro
Carmona. Momentos, aliás, muito bem registrados no documentário: mostram a
arrogância do procurador, designado por Carmona, ao anunciar a dissolução do
Congresso, da Corte Suprema e revogar a Constituição, e depois de algumas
horas, todo assustado, ao ser preso, num canto de uma sala do palácio.
Outro aspecto importante do documentário é a revelação da
manipulação dos canais de televisão comerciais sobre os responsáveis pelos
assassinatos dos manifestantes em 11 de abril de 2002. Todos os canais privados
de televisão que, junto à imprensa escrita e radiofônica, justificaram o golpe
de estado de 11 de abril com uma edição de imagens em que aparece um grupo de
apoiadores de Chavez, situados na Ponte Llaguno de Caracas, realizando
disparos. Estas imagens foram utilizadas para afirmar que "Chávez foi quem
ordenou disparar contra a multidão". "A revolução não será
televisionada" demonstra, ao apresentar a edição completa da seqüência de
imagens (manipulada na edição das TVs), que os grupos situados sobre a Ponte
Llaguno de Caracas respondem ao fogo de franco-atiradores (estes sim atiram nos
manifestantes) e não disparam sobre os manifestantes.
O ponto alto do documentário é registrar a força das massas
exploradas que derrotam os golpistas e restituem o governo a Hugo Chavez. O
povo enfrentou e passou por cima de toda a mentira, fraude, manipulação da
informação, da repressão iminente e mostrou que é mais forte. Não aceitou as
“notícias”, recusou-as e saiu às ruas na manhã de sábado, 13 de abril, para
denunciar que Chavez “não renunciou! Está seqüestrado!” e “não te queremos
Carmona! Ladrão!”. Centenas de milhares de pessoas nas ruas cercam o Palácio
Miraflores para exigir “Queremos a Chavez!” e clamar “Chavez amigo, o povo
está contigo!”.
Um ponto importante a ser identificado e debatido: durante a
noite do dia 11 de abril e na madrugada do dia 12, o Palácio Miraflores foi
cercado e os golpistas ameaçaram bombardeá-lo caso Chavez não renunciasse.
Chavez resistia e afirmara que não renunciaria. As
horas passam e o prazo dado pelos golpistas estava por terminar. A maioria do
governo considerou que não havia saída: “O jogo acabou... é a vitória da morte”
afirmara seu Ministro do Desenvolvimento. O Conselheiro Político expressou que
“os adversários eram muito poderosos e não deu tempo... Não organizamos uma
política de comunicações”. Por volta das 3:30 h da madrugada, Chavez comunica
que sairia e se entregaria, mas sem renunciar, para ficar claro que se tratava
de um golpe. Um sinal de que aquele não seria o desfecho final é manifestado
pelo próprio Chavez, na saída do Palácio, diante da afirmação de um aliado que
grita: “Presidente voltaremos”. Chavez afirma “Ora! Nem fomos embora”.
Porém a decisão de se retirar e ceder às chantagens revela
uma certa subestimação da capacidade do povo empreender resistências vigorosas
e múltiplas a ponto de derrotar os golpistas. E mais: indica que a organização
das massas exploradas para resistir a estas situações não era uma possibilidade
presente na consciência política das forças que apóiam o governo de Hugo
Chavez. Portanto, não poderiam vislumbrá-la e dela lançar mão. Apenas se
conformaram: “Não havia saída”, “O jogo acabou”. Para eles, não faltava uma
política para organizar as classes dominadas, mas sim o que “não organizamos
[foi] uma política de comunicações”.
Dados do
Arquivo:
Direção: Kim Bartley e Donnacha O'Briain
Qualidade:
DVDRip
Áudio:
Espanhol/Inglês
Legenda:
Português/Inglês (Embutida)
Tamanho:
700 MB
Duração:
01:15:11
Formato: AVI
Servidor:
Depositfiles
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Nenhum comentário:
Postar um comentário