Sinopse:
Há uma grande
disparidade no tratamento que o agronegócio dispensa à saúde da lavoura e à
saúde dos trabalhadores. A preocupação com o aumento da produção sem economizar
no uso dos agrotóxicos revela um descaso com os efeitos colaterais causados na
vida da população e do meio ambiente. No estado de Mato Grosso (maior
produtor de soja, algodão e gado no Brasil), apenas seis municípios possuem Programa
de Saúde dos Trabalhadores. O estado detém também o recorde de maior consumidor
de agroquímicos no país.
A aviação agrícola
despeja sobre as lavouras nuvens de endosulfan, tamaron, futrifol e outros inseticidas
controversos já proibidos nos Estados Unidos, na Europa e até mesmo na China.
Os produtos são exportados, mas os agrotóxicos ficam. Esse é o grande questionamento
trazido pelo preciso curta “Nuvens de Veneno”, dirigido por Beto
Novaes, aonde vão parar os milhões de litros de agrotóxicos que estavam nos
vasilhames agora vazios?
Os inseticidas usados
pelos grandes produtores têm afetado drasticamente a saúde e as lavouras de
pequenos produtores familiares de assentamentos e comunidades rurais de Mato
Grosso. Os insumos químicos levados pelas nuvens de veneno se deslocam por
quilômetros e tem chegado até as cidades.
Os pesticidas
evaporam, se condensam na chuva e intoxicam pessoas, plantas, nascentes. Uma
pesquisa realizada por Wanderlei Pignati, professor da Universidade
Federal de Mato Grosso, na água de 10 poços artesanais das cidades de Lucas
do Rio Verde e Campo Verde, durante dois anos, revelou que todos estavam
contaminados com resíduos agrotóxicos. O curta mostra que, lastimavelmente, os
insumos não tem surtido mais efeito contra as pragas, o que gera um ciclo
destrutivo: a quantidade de veneno é aumentada à exaustão e depois substituída
por outros agrotóxicos ainda mais nocivos.
Dados do Vídeo:
Direção: Beto Novaes
Áudio: Português
Duração: 00:22:35
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